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Ela tinha um buraco.
Não desses que se cavam e depois se tapam.
É desses buracos negros, que engolem tudo que se aproximam dele, deixando-a mais vazia ainda.
Era um machucado desses que mesmo depois de cicatrizados, ainda deixam a pele marcada.
Nada preencheria aquela certeza que agora ela carregava.
A certeza de que nunca mais seria ela.
De que havia chegado um ponto final.
"Pontos finais doem", pensou.
É menina, pontos finais doem, são como aqueles pregos que nos furam, que nos prendem em nossas próprias cruzes.E nunca, jamais serão outra coisa além de doloridos.
Afinal, pontos finais, são...bem...pontos finais.

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