Há um grito preso em mim.
Há essa vontade de ir embora, essa sensação de tá tudo errado persistindo em meu peito, e a cada dia esse pensamento consome lentamente minha alma.
Nos entregamos a luxos tão pequenos e vão nos invadindo disso que a tela de LED quer me vender através dos anúncios de tv, através das músicas e das coisas.
Essa engrenagem toda, esse sistema não foi criado para me incluir.
Sou reclusa ou exclusa?
Essa lástima simples não é suficiente para espremer tudo o que sinto.
Nada de claro sobra nessas semanas sombrias que pairam sobre mim.
As presenças já não são boas. As companhias não são bem vindas.
Não sei se estou triste ou apenas entediada, e nem sei se essas palavras que deslizam por meus dedos até essas teclas são minhas ou do além.
Entenda que nada em mim pertence a mim.
E estou tão acostumada a isso que quando percebemos o que poderia ser já passou.
O tempo todo isolada em minha mente, sendo a minha mente minha alma, não estou nunca aqui.
Quero fazer parte do mundo. Parar um pouco de estar lá e ficar mais aqui.
Mas eu estou condenada a sentir o que os outros sentem e ouvir de suas bocas palavras ásperas que gritam mesmo quando sussurram “eu não acredito nisso” ou “eu não acredito em você”
Seria melhor se todos pudessem ser eu, talvez entenderiam porque  esses olhos choram  Às vezes e porque eu preciso de tanto tempo para entender certas coisas.
Talvez entenderiam que apesar do silêncio voraz, minha mente está mais agitada que qualquer vulcão em plena erupção.
Não há paz no mundo para mim.
Esse mundo não foi feito para me entender, no entanto eu fui criada para entende-lo e soluciona-lo.
Já descarrego a praticidade e objetividade e espero, que a solução possa ser percebida nessas entrelinhas.
Pois apesar de todos esses fardos, alguém como eu, sabe que nunca está sozinha.

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