A vida é um combo hadouken e a morte é um knock out.

"A VIDA É UM SOCO NO ESTÔMAGO. E A MORTE UM INSTANTE."

Disse Clarice.

Mas que clichê, uma prosa sobre a subjetividade da vida e da morte onde cito Clarice, a Lispector.

Mas e quando a vida é mais que um soco?

A vida em um Brasil de 2021, com o desgoverno, morte e doença...

Veja bem, deixou de ser só um soco no estômago.

São vários jeb's, uppercuts, cruzados, ganchos descendentes, onde nessa luta, a gente tá resistindo sabendo que vai ter o nocaute no final.

Então pra quê resistir?

E essa pergunta tem me tirado o sono. Tem sido o motivo das olheiras e da vontade de simplesmente desistir.

O final é certo para todos, sejam ricos, pobres, negros, pardos, amarelos, brancos.

TODO MUNDO MORRE.

O FINAL É CERTO PARA TODOS

Nessa luta diária de se "viver-se" e/ou "sobreviver-se", no fim, estaremos beijando a lona e é isso.

E independentemente dos resultados prévios, ela simplesmente acaba.

Nocaute.

Nascemos para fracassar na maior luta de todas. A de se estar vivo. 

"Tinha uma vida inteira pela frente" - alguns diriam.

"Mas com a vida que levava, certamente que iria cedo" - outros julgariam como se soubessem como é ser eu.

"Morreu de quê?" - sempre tem aquele primo perdido que vai perguntar.

E a resposta é óbvia, mas tão clara que é impossível enxergar sem se manter cego:

"Morreu de tanto viver/sobreviver" 




"I wear this crown of thorns
Upon my liar's chair
Full of broken thoughts
I cannot repair"
 
"Eu uso essa coroa de espinhos
Sobre meu trono de mentiras
Cheio de pensamentos quebrados
Que eu não posso consertar"

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