Enquanto isso na terra das almas perdidas...


Hannah acabara de acordar. Havia desmaiado depois da queda. Se pôs sentada. Sentia frio e medo. Coçou levemente os olhos, para enxergar melhor.Estava numa terra cheia de árvores e coberta pela neblina cinza que dificultava a visão. Ouviu um barulho. Eram sapatos.Um homem passava perto por onde ela estava.
O homem andava em passos apressados, falava no celular.Comentava sobre números, e ações.Vestia um terno preto, com sapatos pretos, e segurava uma maleta preta na mão direita.Usava um chapéu de coco preto.Tinha uma grande barriga, olhos negros e puxados, e cabelos grisalhos.
Hannah então levantou-se e se aproximou do homem.Cutucou seu ombro e disse:
-Ah...com licença.

O homem em um sobressalto virou se para Hannah. Tampou o microfone do celular e disse quase gritando:
-O que foi menina, não vês que estou ocupado?

Hannah então notou que o homem era igual seu pai.

-Perdão mas eu conheço o senhor?

O homem olhou a nos olhos incrédulo com a pergunta, bufou, e voltou a andar.Como o pai de Hannah.

Hannah seguiu o.

- Com licença senhor mas eu poderia conversar com o senhor?

O homem ignorou.

Hannah continuou seguindo o homem que não parecia perdido, mas andava sem direção.

-Senhor por favor...- insistiu Hannah, até que o homem finalmente sussurou algo no aparelho e desligou.

Aproximou se de Hannah e disse:

-Fale logo o que desejas sou um homem muito ocupado.

-Gostaria de saber quem é o senhor e onde estou?

O homem riu fortemente e Hannah notou certo sarcasmo em sua risada.

- Não sabes onde estás- riu novamente segurando sua enorme barriga- então como chegaste aqui?

- Eu caí de minha nuvem e vim parar aqui.

- Nuvem? o que é nuvem?

- Você não sabe o que é nuvem?

- Não isso não existe por aqui.

- Não sabes dos anjos?

- ah sim tínhamos anjos, mas foram mortos por não saberem pecar.

- O que?- perguntou Hannah estupefata.

- Sim anjos são mortos por amarem. Eca, amor...tal coisa é proibida por aqui. Aqui o único amor que sentimos é pelo ódio ,pela angústia, pela dor e pela opressão. Aqui a liberdade não existe, o amor é pecado e crime, e todos aqueles que amam são punidos...

-Punir os que amam?- Hannah repetiu baixo, incrédula do havia acabado de ouvir.

- Sim. Menina só posso lhe informar uma coisa, aqui você não cabe. Não vês que és pequenina demais. Aqui irás morrer logo. Não és ninguém nessa terra, assim como nunca será quem você quer ser, agora, respeite as regras, respeite o sistema e poderás ser alguma coisa um pouco maior, mas nessa terra não serás muito. Então ou você vive conforme as regras ou volte para sua tal nuvem e vá embora.

O homem então virou se.

- Mas o senhor é meu pai e eu o amo!- Hannah gritou desesperada

O homem voltou se para bem perto dela, Hannah notou o ódio em seu olhar, ele levantou a mão, e deu-lhe um tapa na face esquerda fazendo com Hannah caísse. Se aproximou mais e disse:

- Menina cala-te e me deixe ir. Não sou nada seu. Não nos conhecemos, e eu não sinto nada por você além de repulsa...agora suma ou te espancarei em público mesmo.


Hannah então com o rosto entre as mãos e chorando começou a correr perdendo se mais ainda na neblina.

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